segunda-feira, 28 de maio de 2012

PAS DE DEUX

Me despia com o olhar.
Encostava os lábios em meu pescoço, eu tombava a cabeça.
Soltava meus cabelos e sussurava em meu ouvido: te amo.
Meu corpo respondia: sou tua.
Abraçava-o, encostava meu rosto em seus ombros, meu coração batia em seu peito.
Tirávamos devagar as roupas, um do outro, enquanto acariciávamos cada centímetro que era desnudado.
Pegava-me no colo, eu envolvia sua cintura com minhas pernas.
Rodopiávamos, assim abraçados e ríamos. E nos beijávamos.
De olhos abertos, olhando o dentro, procurando os segredos escondidos no fundo dos olhos.
E íamos mais fundo no dentro do outro, até sermos um dentro do outro.
Pelos olhos se começa a paixão, depois se espalha pelo corpo todo.
Teu mapa, percorria com minha boca, tua língua percorria o meu.
Tuas mãos em concha sobre meus seios, minhas mãos prendiam teus braços.
Teus dedos acariciavam minha pele, provocavam arrepios e inundações.
Enquanto me beijavas os seios, te beijava a cabeça.
Enquanto te beijava o ventre, me beijavas as costas.
Nossas narinas dilatavam, nossa respiração acelerava.
Nossos corpos trocavam calor, nossas línguas trocavam desejos.
Tinhamos a intimidade dos despudorados, tinhamos a delicadeza dos tímidos.
Tinhamos a generosidade do afeto, tinhamos a fúria da urgência.
Provávamos nossos gostos, sentíamos nossos cheiros, trincávamos os dentes e ríamos. Ríamos muito, juntos.
Meu coração batia por todo meu corpo, teu coração batia dentro de mim, éramos um só corpo, um só coração, uma só vida e um só instante de eternidade.
Sentia teu prazer, me davas o meu. Nos beijávamos, felizes, esgotados.
E o mundo parava, testemunhando a completude de nosso amor.

Abria os olhos prá te ver, hoje, fecho-os prá te lembrar.










Nenhum comentário:

Postar um comentário