segunda-feira, 28 de maio de 2012

ENQUANTO VOCÊ DORME

Enquanto você dorme, eu ardo. Ao seu lado, em vigília, ardo.

O sono faz com que você abandone a alma. Eu, Mefistófelis à espreita, quero possui-la.

Você, desprotegido, inconsciente, passeia em sonhos, sorri. Prá quem? me pergunto.

Enquanto você dorme, se afasta. Me deixa seu corpo indefeso e eu quero seus pensamentos.

Enquanto você descansa, me esquece. Eu não durmo para não te perder.

Enquanto você dorme, eu amo. Amo a respiração pesada, o corpo vulnerável, os movimentos espontâneos. Amo você, enquanto você dorme.

Queria poder entrar em seus sonhos, ser a protagonista de todos eles. Queria viver dentro deles, dentro de você.

Queria que fossemos um, assim, eu poderia dormir.
Sonharíamos o mesmo sonho, juntos, abandonaríamos a alma, que seria uma só.

Mas, enquanto você dorme, eu velo seu sono, esperando seu despertar.

E quando você despertar, eu poderei, finalmente, dormir.
Porque nos meus sonhos, sei que vou te encontrar.







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