Um olhar, enviesado.
Um sorriso, desconfiado.
Um tocar, atrapalhado.
Um gostar, envergonhado.
Um carinho, represado.
Um beijo, abortado.
Um corpo, acalorado.
Frases, mal formuladas.
Palavras, profanadas.
Ações, mal cuidadas.
Silêncio.
Mente, inquieta.
Alma, retorcida.
Dores.
Querer e não saber,
se quer o que sabe que tem.
Saber que o que se quer,
tem um preço, ao se ter.
Pagar prá ver ou
ter sem pagar?
Nascer e morrer
e, no meio, viver.
E nessa vida, no meio,
responder, afirmar, sentir, amar.
Ser menina, ser mulher,
ser louca e recatada,
ser perdida e procurada,
ser cama e mesa,
ser o que nem sabe que é.
Enxergar, não só ver.
Ouvir, não só escutar.
Dizer, não só falar.
Percorrer a estrada do corpo,
buscando a explosão que destrói represas,
que causa enchentes e desatinos.
E sorrindo, morrer um pouco, de tanto prazer.
O percurso de uma vida foi o que vc acabou de descrever.
ResponderExcluirFazendo uma junção com o seu texto "Última chamada" hj as pessoas estão escolhendo uma pseudovida com receio de arriscar e fracassar. Com isso, elas não têm q lidar com a frustração. Realmente, uma pena!!!
Não poderia faltar um texto inspirador seu no nosso dia!!!
Bjs, Tia!
Ale
Oi Angela,
ResponderExcluirde Corpo inteiro/Retrato e quanta competência!
Gosto de poesias assim, com ritmo, zigue-zagueando,serpenteando, ligando palavras às emoções e enviesado,desconfiado, atrapalhado, represado, abortado, acalorado.
Enfim, tudo interligado.
É tem muito mais para ver aqui, e quero ver!
Um abração carioca.